A Garota Borboletada

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Me disseram que é normal, que alianças são feitas e desfeitas assim mesmo, sem freios nem rodeios.
O mestre doutor caçoou da minha crença, como eu queria deixar um pássaro livre sem lhe dar a chave da gaiola? 

Doutora, em outro tempo o pássaro e eu concordamos em fazer da ensolarada gaiola um porto seguro inabalável, por isso a fechadura foi trancada por fora pelo carpinteiro que a confeccionou, não posso  abri-la.
De fato, se o pássaro quiser voar além do porto ele terá que recorrer á alguém de fora, para que o ajude á quebrar a gaiola.

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Então ouvi pairar no ar corriqueira letra de sofrência, 
com frase pronta de rede social, gritou para o mundo ouvir o inevitável final.
e o que era tão palpável se dissipou, a base segura acima de todas vontades, já nem lhe importava tanto.
Eu pensei que já conhecia mais do que a capa desse livro, leitura constante na busca incessante pelo compreendido...
Há livros que bem maquiam seus segredos...

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Sabe que eu ouvi dizer, que depois de qualquer livro ler nunca voltamos á ser os mesmos?
eu de tanto lhe estudar, o aparente belo com obscuros mistérios, borboletei dizeres, afazeres, vontades e até saudades...
A matéria se desfez, então olhou pro alto e ali se refez,
é a tal da resiliência, nem sabia que ela gostava tanto de me ninar...
De tanto conviver contigo querida, enamorei-me pela tua contraditória beleza.

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Me disseram que não sou normal, que minha fé é utópica no mundo real. 
Mas ainda acredito na aliança que num canto é guardada, somente ao fim de uma carreira, de uma jornada. 
Ainda acredito na justa fala, que discursa com seu andar sem precisar dizer um só vocábulo.
Sim, ainda acredito no rostinho feliz que me fará recordar que um dia, era minha mamãe que estava á me embalar, será ele então o fruto de uma semente regada com lágrimas, joelhos sujos de terra, já acostumados com o pó á lhe beijar a face.
Quando criamos raízes profundas em boa terra, sempre teremos um bom fruto á mão para saciar a fome e assim fortalecidos continuar á andar...
Quando tudo o que doamos é nossa essência, não há desperdícios e nem arrependimentos...
Deixe que digam o que á eles parece normal, também sou livro pela capa julgado que não leram o bastante, mas pensam saber conhecer a história sem poupar leigos comentários.
Não se deixe enganar, meus segredos nunca foram sobre mim e o leitores, mas sobre mim e meu Autor.

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Minhas páginas estarão abertas, para quem acha que interessa, deixo-me ler quantas vezes forem necessárias, já faz tempo que dei de presente minha autoria para o que entende mais da vida, deixo-me ler, hoje sem reações clonadas, mas espelhadas, porque enquanto me julgarem pela capa ou resenhas baratas, com efeito contrário refletirei a imagem da
 garota borboletada.

Com Carinho, B.

*Boboletar: Passar por uma grande transformação para um estado melhorado. Sofrer uma metamorfose, mudando para a melhor. Mudar seus pardigmas.

*Resiliência: fís propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.  fig. capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.